Mar da Tranquilidade - Katja Millay

12 de dezembro de 2017

Título: Mar da Tranquilidade
Autor: Katja Millay
Páginas: 368
Ano: 2014
Editora: Arqueiro
Adicione: Skoob
Resenha feita por mim no Blog Eu Pratico Livroterapia
Nota: 
Sinopse: Nastya Kashnikov foi privada daquilo que mais amava e perdeu sua voz e a própria identidade. Agora, dois anos e meio depois, ela se muda para outra cidade, determinada a manter seu passado em segredo e a não deixar ninguém se aproximar. Mas seus planos vão por água abaixo quando encontra um garoto que parece tão antissocial quanto ela. É como se Josh Bennett tivesse um campo de força ao seu redor. Ninguém se aproxima dele, e isso faz com que Nastya fique intrigada, inexplicavelmente atraída por ele.
A história de Josh não é segredo para ninguém. Todas as pessoas que ele amou foram arrancadas prematuramente de sua vida. Agora, aos 17 anos, não restou ninguém. Quando o seu nome é sinônimo de morte, é natural que todos o deixem em paz. Todos menos seu melhor amigo e Nastya, que aos poucos vai se introduzindo em todos os aspectos de sua vida.
À medida que a inegável atração entre os dois fica mais forte, Josh começa a questionar se algum dia descobrirá os segredos que Nastya esconde – ou se é isso mesmo que ele quer.
Eleito um dos melhores livros de 2013 pelo School Library Journal, Mar da Tranquilidade é uma história rica e intensa, construída de forma magistral. Seus personagens parecem saltar do papel e, assim como na vida, ninguém é o que aparenta à primeira vista. Um livro bonito e poético sobre companheirismo, amizade e o milagre das segundas chances.



Resenha: Mar de Tranquilidade foi uma agradável surpresa em todos os sentidos.  Havia visto a capa em vários lugares, mas não sei, achei estranha. Enfim, resolvi ler a sinopse e de cara me interessei.

O livro parece ser bastante simples, dois personagens que estão na merda, cada um a sua maneira, tentando viver um dia após o outro. Nastya uma adolescente de 17 anos, que usa maquiagem como se fosse a noiva do Chuky, roupas muito curtas, e é vista como uma vadia, a máscara perfeita. Porém, a incógnita já começa ai, o que a levou a fazer isso?

E temos Josh, que desde o início conhecemos a base da história, perdeu toda a sua família e aos 17 anos está sozinho no mundo. A morte vira sinônimo em sua vida, as pessoas têm medo de chegar perto dele. Adorei o Josh desde o início, ele tem um humor negro incrível, às vezes parei um pouco e fiquei... Nossa, humor negro da melhor qualidade. Ele faz móveis maravilhosos, gosta de ficar sozinho.

Então o caminho dos dois se cruza, aí sim a história começa de verdade. Fiquei confusa no começo, há muito suspense. Mar de Tranquilidade não é um livro fácil de ler, tem drama, muito drama, porém é voltado para o público jovem-adulto. A história dos dois é construída de forma lenta, um dia por vez. E isso eu achei maravilhoso, eles se conhecem aos poucos. A escrita é tão bem elaborada que é impossível largar o livro. Cada capítulo deixando novas emoções.

A narrativa é feita em primeira pessoa, alternando entre Nastya e Josh. Eles estão longe de ser perfeitos, ou aqueles personagens clichês. São perfeitos em suas imperfeições. Temos Drew, um amigo muito estranho e atrapalhado. Clay e seus desenhos que revelam a alma, e outros personagens secundários incríveis, que você  ama como se eles fossem os principais.

Mar de Tranquilidade trouxe uma grande mistura de sentimentos, eu quis abraçar o Josh e no momento seguinte estapeá-lo, demorei um pouco para entender Nastya, ficava me perguntado o que havia acontecido com ela, o sarcasmo dela é maravilhoso e eu particularmente adoro personagens assim. Eu consegui visualizar a garagem de Josh e todo o conforto que lá os dois tinham, sentir o cheiro do verniz, o cansaço das corridas.

Então se você está atrás de um livro muito bem construído, cheio de personagens marcantes, e literalmente sem clichês, leia esse livro que fala sobre perdas, fraquezas, recomeço, angústia, luto, mas também fala sobre amor, amor em sua forma mais bonita. E apaixone-se por essa história linda, como eu me apaixonei.

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