Sangue Cruel (Imortais #2) - Namina Forna

 Título: Sangue Cruel

Autor: Namina Forna

Páginas: 434

Ano: 2022

Editora: Galera Record

Gênero: Aventura / Fantasia / Ficção / Literatura Estrangeira

Adicione: Skoob
Onde Comprar: Amazon
Nota: 

Sinopse: 
Na aguardada sequência de Sangue dourado, best-seller do New York Times, Deka está a cada dia mais poderosa, porém, antes de usar qualquer superpoder precisará aprender em quem confiar. Ideal para os fãs de Pantera Negra, N. K. Jemisin e Octavia Butler.


Já se passaram seis meses desde que Deka libertou as Douradas e descobriu não apenas quem realmente é, mas também qual o seu propósito no mundo. Agora, o reino inteiro está em guerra. Os oterianos veem todos os aliados de Deka como traidores. E ela própria é chamada de monstro.


Mas a verdadeira batalha está apenas começando. Encarregada de libertar o restante do exército das deusas, Deka se depara com um símbolo estranho assim que inicia a tarefa, e ele está em todos os lugares, até nas armaduras de seus inimigos. Há algo incomum no símbolo, fazendo Deka sentir náuseas só de olhar. E, para piorar, o símbolo parece bloquear seus poderes. Ela não pode comandar ou se comunicar com os novos uivantes da morte. Na verdade, ela nem sequer consegue entender o que eles falam.


Há algo sinistro conectado ao símbolo, algo cruel que ameaça toda a humanidade. Ela e seu exército precisarão descobrir do que se trata e pará-lo o mais rápido possível. Caso contrário, mesmo cada vez mais forte, Deka talvez não dê conta de levar Otera ao tempo de paz e igualdade com que tanto sonha.


“Este livro brilha como ouro.” – School Library Journal (starred review).

Resenha:

“Nós, que estamos mortas, te saudamos.”

Olá pessoal.

Chegou o momento de eu vir aqui dividir a minha experiência de leitura de Sangue Cruel, é o segundo livro da série Imortais da autora africana Namina Forna, cujo lançamento é da Galera Record. 

Recebemos o livro aqui e foi um leve surto, passou na frente de algumas leituras...

Eu adorei o primeiro livro, mas tinham tantas perguntas sem respostas, afinal o final foi um pouco corrido, com MUITA coisa acontecendo, explicações que me fizeram ficar pensativa em alguns pontos e por ai vai.

E para minha alegria, e leve surpresa, o segundo livro respondeu minhas pergunta, ampliou minha desconfiança durante a leitura e no final me fez sentir que estava lendo uma história totalmente nova e diferente do primeiro livro, isso porque a autora ampliou seu escopo, pegou toda a sua mitologia introduzida no primeiro livro, torceu e nos mostrou que segredos existem dentro de segredos em seu universo fantástico! Que livro bom!

“Viver para sempre. Viver na vitória.”

Em Sangue Dourado, conhecemos Deka, uma alaki, ou seja, uma jovem descendente de “demônios” cuja existência é temida e odiada, ao descobrir que seu sangue é dourado e não vermelho, ela acabou por conhecer o inferno em vida. Torturada, mil vezes assassinada e vilipendiada, ela não tinha mais esperanças para si. Em Otera, as mulheres já vivem uma vida difícil, alakis então, se sobrevivem, são presas e para sempre castigadas.

Até que uma emissária do imperador: uma mulher misteriosa, chamada chegou até ela com uma oferta: continua ali sofrendo ou se tornar a arma do imperador em uma batalha que pode levar ela a morte, mas se sobreviver, terá a mácula do seu sangue perdoado.

Foi só o começo para Deka, seu treinamento a levou a conhecer a verdade por trás de séculos de manipulações e mentiras. Ao descobrir quem realmente é, ela joga a si mesma e suas amigas e aliados em uma batalha para salvar suas vidas, e restaurar os direitos das mulheres e verdadeiras herdeiras divinas.

Vejam bem, não é fácil, o que nos leva a Sangue Cruel, com sua narrativa começando seis meses após a batalha do final do primeiro livro.

Preciso dizer que Deka, pode estar agora em uma posição de poder, mas como diria o mestre Lee, com grandes poderes vem grandes responsabilidades.

Uma guerra entre o exército Alaki, e os Jatus, está dividindo Otera, e trazendo muito caos e desgraça, principalmente para as mulheres inocentes, que se não tinham direitos antes agora.... O que deixa Deka ansiosa, sentindo culpa e tendo crises intensas.

Tudo isso conforme batalhas vão acontecendo e muitas coisas vão surgindo ao olhar atento de Deka, nem tudo parece estar correto, e ela percebe que pode existir uma linha muito tênue entre vilões e heróis. Uma necessidade de amadurecimento se torna ainda maior para Deka, quando seus poderes começam a crescer e lhe revelar muito mais do que algumas pessoas gostariam que acontecesse.

Deka, é claro não está sozinha: Britta, Adwapa, Asha, Belcalis, Keita, Mãos Brancas, e outros amigos próximos se tornam essenciais para ela...

Neste livro um “novo” inimigo se ergue contra as Alakis e pela primeira vez senti que elas realmente estavam diante de um oponente tão forte quanto elas.

“Antes, agora, sempre. Exatamente o mesmo ser.”

É um livro mais complexo, pois como disse antes, a autora ampliou sua história e começou a mostrar os lados de um conflito milenar, o que mostrou camadas e camadas de uma guerra entre dois lados e uma guerra não permiti a existência de lados inocentes.

Temos uma trama que aponta o perigo da falta de equilíbrio entre forças femininas e masculinas e uma perpetuação de ciclo de violência sem fim.

O protagonismo feminismo é o principal, mas abre espaço para o protagonismo trans, e outras minorias.

“- Você é o que eles fizeram de você. Assim como fizeram comigo. Se você é um monstro, então eu também sou.”

Gostei muito da evolução dos personagens, o começo da história foi um pouco lento e Deka me fez passar uns momentos de raiva, mas no final vi, os motivos daquilo e gostei de como a autora usou essas “fraquezas” de Deka para ser uma base de algo maior.

Para um livro de ligação, foi muito bem escrito entregou muito, muito mesmo para criar uma tensão para o que eu acho que poder ser o último livro, Sangue Cruel ainda encerrou com um clímax de primeira.

Uma ótima indicação para os fãs de fantasia e protagonismo feminino.

Até a próxima!