O Jardim das Borboletas ( The Collector #1) - Dot Hutchison

 

 Título: O Jardim das Borboletas

Autor: Dot Hutchison

Páginas: 304

Ano: 2017

Editora: Planeta

Gênero: Suspense, Thriller

Adicione: Skoob
Onde Comprar: Amazon ( disponível gratuitamente para assinantes do Kindle Unlimited)
Nota: 

Sinopse:
Quando a beleza das borboletas encontra os horrores de uma mente doentia. Um thriller arrebatador, fenômeno no mundo inteiro. Perto de uma mansão isolada, existia um maravilhoso jardim. Nele, cresciam flores exuberantes, árvores frondosas... e uma coleção de preciosas “borboletas”: jovens mulheres, sequestradas e mantidas em cativeiro por um homem brutal e obsessivo, conhecido apenas como Jardineiro. Cada uma delas passa a ser identificada pelo nome de uma espécie de borboleta, tendo, então, a pele marcada com um complexo desenho correspondente. Quando o jardim é finalmente descoberto, uma das sobreviventes é levada às autoridades, a fim de prestar seu depoimento. A tarefa de juntar as peças desse complexo quebra-cabeça cabe aos agentes do FBI Victor Hanoverian e Brandon Eddinson, nesse que se tornará o mais chocante e perturbador caso de suas vidas. Mas Maya, a enigmática garota responsável por contar essa história, não parece disposta a esclarecer todos os sórdidos detalhes de sua experiência. Em meio a velhos ressentimentos, novos traumas e o terrível relato sobre um homem obcecado pela beleza, os agentes ficam com a sensação de que ela esconde algum grande segredo.
Crime / Ficção / Jovem adulto / Literatura Estrangeira / Suspense e Mistério

Resenha:

"— Algumas pessoas desabam e nunca mais levantam. Outras recolhem os próprios cacos e os colam com as partes afiadas viradas para fora."

Maya é uma sobrevivente, de mais maneiras que imaginamos a princípio. Após ser sequestrada e mantida em cárcere por alguns anos, Maya consegue sua liberdade. Mas  aparentemente ela é uma suspeita. Assim, os agentes Victor Hanoverian e Brandon Eddison querem saber o que aconteceu e qual é a relação de Maya na situação toda. 

" Na opinião de todos, ela não tinha a menor intenção de ser encontrada."

Maya foi uma personagem que me intrigou muito. Ela é muito racional e isso me deixou com o pé atrás. Afinal, ela passou por situações que fariam qualquer pessoa ao ser resgatada, gritar de gratidão. Ela só está lá, olhando para o nada e esperando que perguntem o que aconteceu. Quando os agentes fazem exatamente isso, ela irá começar a contar, mas da maneira dela, do jeito e no tempo dela.

 

"— Meus segredos são velhos amigos. Eu me sentiria uma péssima amiga se os abandonasse agora."

Aos poucos, Maya irá contar não só como chegou até o "Jardim", mas como ele funcionava e o que acontecia lá. Assim, teremos duas linhas do tempo, uma em que os agentes estão fazendo as perguntas para Maya e o passado dela. Em que ela relembra sua infância, adolescência e o que viveu no Jardim. Ao mesmo tempo em que Maya é muito racional, parece que ela está divagando, mas ao decorrer dos acontecimentos percebi que não eram divagações e que as histórias que ela contou faziam parte do todo. Você precisa saber delas para entender a imensidade da situação. 

Maya irá contar sobre o Jardim desde o momento em que abriu seus olhos até o dia do resgate.Ela conta sobre as outras meninas, sobre o que o " Jardineiro" fazia, como as tratava e como aquele local funcionava, quem fazia o quê e porque o Jardineiro nunca havia sido descoberto.

"O problema com sociopatas, na verdade, é que você nunca sabe onde eles estabelecem seus limites."

Diferente dos livros tradicionais do gênero, as atrocidades não tem um grande impacto. Parecem ser atenuadas, você sabe o que aconteceu mas é como se aquilo já tivesse sido superado e fosse apenas uma lembrança ruim. Eu esperava uma história sombria e repleta de detalhes e recebi algo mais brando, que me fez devorar a leitura e não largar o livro até chegar ao fim. 

A leitura para mim foi fácil, pensando no fato de que eu esperava algo mais perturbadoramente explícito. Ter essa pegada mais branda não significa que minha imaginação não tenha visualizado os piores cenários possíveis. E isso me deixou arrepiada em vários momentos. Afinal, violência é violência e ponto final, independente do quão suave foi sua apresentação.

Até que eu fechei o livro e respirei tão fundo e me perdi no tempo um pouco. Os capítulos finais me deixaram sem fôlego, com a garganta travada e senti aquele frio que percorre todo o seu corpo, parecendo que sua alma foi sugada ou algo do tipo. Eu não esperava, sinceramente o que viria a seguir. Então sim, tomem cuidado com os gatilhos e trace uma linha sobre o que se sente confortável ou não em ler.

Dito isso, eu terminei e ainda estou aqui pensando sobre essa história. Sobre a força de Maya e das outras Borboletas e tantas outras que vieram antes delas. Essa leitura começa pelo fim e vai tecendo os detalhes até chegar ao começo de tudo. É perturbador, por vezes insano e em alguns momentos me pareceu algo distópico e fantasioso. 

"Éramos Borboletas, e nossa curta vida terminava no vidro."