O retrato de Dorian Gray

Título: O retrato de Dorian Gray

Autor: Oscar Wilde 

Páginas: 248

Ano: 2022

Editora: Civilização Brasileira

Gênero: Ficção / LGBT / GLS / Literatura Estrangeira / Romance

Adicione: Skoob
Onde Comprar: Amazon
Nota: 

Sinopse: Clássico da literatura, esta nova edição O retrato de Dorian Gray conta com luxuoso projeto gráfico e textos auxiliares inéditos. “Não há livros morais nem imorais. Os livros são apenas bem ou mal escritos”, do prefácio de Oscar Wilde.



Publicado em 1890 na lendária revista Lippincott’s Monthly Magazine, O retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde, já nasceu escandaloso. O editor inclusive submeteu o original a cortes por considerar algumas passagens “indecentes”. O cultuado escritor irlandês revisou essa versão, excluindo alguns trechos, e acrescentou a ela um prefácio e sete capítulos. Com isso, buscou realçar alguns temas – como a tensão entre classes sociais na era vitoriana – e disfarçar outros – como as insinuações homoeróticas “libertinas”. A história foi lançada em livro em 1891. Mesmo após Wilde fazer alterações, buscando um tom mais comedido, ele e a obra foram tachados de “imorais”.

Nestas páginas, o artista Basil Hallward, o jovem e belo Dorian Gray e o lorde Henry Wotton, seu mentor, conduzem leitoras e leitores pelos prazeres do corpo e do espírito, propondo reflexões sobre os limites do hedonismo. As cenas e os diálogos revelam o próprio gênio de Oscar Wilde – por vezes paradoxal –, que não se furtou a imprimir nos personagens seus predicados pessoais.

Com intuito de pensar os afetos contemporâneos a partir deste clássico, a Editora Civilização Brasileira traz, nesta edição especial, textos inéditos de Fabio Akcelrud Durão, professor de teoria literária da Unicamp, e João Silvério Trevisan, escritor premiado e ativista LGBTQIA+. Além disso, foi mantida a apresentação do escritor Carlos Heitor Cony, presente na edição anterior.

“Tenho inveja de todas as coisas cuja beleza não pereça. Tenho inveja deste meu retrato que você pintou. Por que lhe é dado conservar o que hei de perder? Cada momento que passa tira-me alguma coisa e dá alguma coisa a ele. Oh, se fosse o contrário! Se o retrato pudesse mudar e eu ficar sempre tal qual sou agora! Por que o pintou? Ele zombará de mim um dia, zombará cruelmente.”

“O retrato de Dorian Gray é […] o livro de ficção mais sensacional da Terra. A sua sedução persiste, é cada vez maior. Hoje passou a ser o credo de uma estética nova na Terra inteira.”
– João do Rio

“Wilde deixou evidente que sua intenção era mostrar não apenas as emoções e os prazeres de uma vida devotada à beleza, mas também seus limites e perigos.”
– The New Yorker

“Relido hoje […], O retrato de Dorian Gray se mostra uma parábola fascinante e prazerosa sobre o ideal estético da arte pela arte.”
– The Guardian.

Resenha:

“Não há livros morais nem imorais. Os livros são apenas bem ou mal escritos”

Oie pessoal.

Hoje a minha indicação de leitura é do clássico O retrato de Dorian Gray, romance escrito pelo autor irlandês Oscar Wilde, considerado um dos maiores autores de sua época e até hoje uma referência para a literatura.

Em O retrato de Dorian Gray, o autor fez de suas dores, insatisfação com a pressão social, a repressão e outras mazelas da sociedade em que vivia. Escrito no século 19, o autor que até mesmo foi preso por ser homossexual, trouxe ao seu livro muito dos sentimentos que ele sentia. A obra inclusive passou por censura em seu lançamento, os críticos e a sociedade da época forçando Wilde a reescrever sua obra, retirando tudo que foi considerado amoral, Wilde, optou por ele mesmo fazer a revisão, e ao vez de tirar todo o conteúdo, apenas o escondeu habilmente com outras palavras e “suavizando” a história.

Dorian Gray é a princípio um jovem de beleza inquestionável, é uma inocência adorável. Ao se tornar modelo de um pintor famoso Basil Hallward, sua vida foi modificada para sempre.

Basil, pintou um retrato de Dorian que ficou tão perfeito que este o considerou sua grande obra prima, mas durante as sessões de pintura, mesmo a contragosto apresentou o jovem a Lord Henry, este personagem foi o real cataclisma para Dorian, ao dividir com ele suas opiniões sobre a sociedade, a busca efêmera pela beleza e juventude, os perigos de se envelhecer e se tornar menos do que é, fez com que Dorian, começasse a se ressentir de seu destino. 

Desejando a todo custo ser para sempre jovem e belo.

E aqui meus caros que ele faz um pacto com o destino.

“Tenho inveja de todas as coisas cuja beleza não pereça. Tenho inveja deste meu retrato que você pintou. Por que lhe é dado conservar o que hei de perder? Cada momento que passa tira-me alguma coisa e dá alguma coisa a ele. Oh, se fosse o contrário! Se o retrato pudesse mudar e eu ficar sempre tal qual sou agora! Por que o pintou? Ele zombará de mim um dia, zombará cruelmente.”

Mas o custo do pacto é ser pra sempre belo e jovem, mas perder a essência que o torna humano, incapaz de sentir culpa, amor verdadeiro, compreender a beleza real ou ser quem ele deveria realmente ser.

Dorian se torna aquilo que Lord Henry alegava que era o homem em sociedade, se entregando a prazeres hendonista, paixões fugazes, crimes e atos perversos. 

Tudo para manter em segredo o sua verdadeira aparência, está que apenas seu retrato mostrava.

É um clássico da literatura, com uma escrita inteligente e para mim foi uma experiência fluida de leitura. Existem muitas críticas à sociedade, principalmente nas falas de Lord Henry, e Oscar soube de forma ímpar usa jogos de palavras para dizer o que sentia sobre tudo. Com referências veladas e subjetivas a homosexualidade, afinal, não esqueçam que naquela época era crime, seu romance é uma representação singular do males do falso puritanismo vigente.

Mas certamente o que o torna um clássico é sua atemporalidade, já que mesmo agora ele é uma crítica social a eterna busca da beleza e juventude sem consequências, da busca pela fama, dos prazeres rápidos e dos relacionamentos vazios, ainda tão em moda.

Eu li na edição do selo Civilização Brasileira do Grupo Editorial Record, uma edição muito bonita com uma capa que me deixou fascinada e ao mesmo tempo incomodada, o que combina perfeitamente com a sensação de ler O Retrato de Dorian Gray. A edição inclusive possui um material complementar a obra muito bom!

Com direito a posfácio inédito de João Silvério Trevisan, um prefácio de Carlos Heitor Cony e o livro tem comentário do professor Fabio Akcelrud Durão, especialista em teoria literária pela Unicamp. São textos que tornam a leitura mais rica e acrescentam luzes ao texto clássico, debatendo seus valores e significado para a sociedade atual.

Indicação para quem ama um drama forte, clássicos e romances atemporais.

Espero que tenham gostado e até a próxima.